Jesus e os marginalizados.

No relato bíblico do Evangelho de Marcos, capítulo 1, versículos de 40 a 45, da edição pastoral da Paulus, três fatos me chamaram a atenção: Jesus ter ficado cheio de ira (v. 41), ter ameaçado severamente (v. 43) e Ele ficar de fora da cidade (v. 45).

Se apenas lermos este trecho sem a luz do discernimento pareceria que Jesus não queria curar o leproso, pois teria logo o despachado e, devido a sua desobediência, não mais entrava na cidade. Mas lendo o comentário deste trecho pude entender o propósito desta passagem:

“O leproso era marginalizado, devendo ficar fora da cidade, longe do convívio social, por motivos higiênicos e religiosos (Lv 13, 45-46). Jesus fica irado contra a sociedade que produz a marginalização. Por isso, o homem curado deve apresentar-se pra dar testemunho contra um sistema que não cura, mas só declara quem pode ou não participar da vida social. O marginalizado agora se torna testemunho vivo, que anuncia Jesus, aquele que purifica. E Jesus está fora da cidade, lugar que se torna o centro de nova relação social: o lugar dos marginalizados é o lugar onde se pode encontrar Jesus”.

Isto me fez refletir na missão do Dom de Resgate que, como Jesus, também fica irado com esta sociedade discriminatória que afasta de si todo jovem difícil, que exclui do seu meio todo aquele que não corresponde as suas regras e que marginaliza todo profeta que denuncia suas práticas hipócritas.

Uma vez me disseram que eu deveria me afastar de onde limitavam a minha visão…

Hoje entendo que Deus queria era que me afastasse desse sistema opressivo e discriminatório que tentaram me ensinar a ser. Agora prefiro ficar no lugar onde se pode encontrar Jesus, junto aos marginalizados.

Jesus, tende misericórdia de nós !