Até ontem uma tristeza pairava no meu coração: algo ainda desconhecido me tirava a tranquilidade da alma e a vontade de seguir adiante. Mas, uma conversa iluminada com uma pessoa muito especial abriu meus olhos e a consciência daquilo que me incomodava.
Sou socialista e sempre defendi a fraternidade humana, mas neste momento percebi que nem sempre somos solidários com aqueles que nos rodeiam. Achamos que a solidariedade ao anônimo é mais importante que com o que está ao nosso lado, mas muitas vezes o que nos falta é a fraternidade com quem está próximo.
É comum descartar aquele que não mais nos serve, aquele que não nos agrada, aquele que é contra nossa idéia ou aquele que nos incomoda, pois acolhê-lho dá mais trabalho. Esta prática é fruto do nosso egoísmo desenfreado que apenas vê no outro algo que nos dê retorno. Quando temos que beneficiar alguém sem nada em troca, é quando chega o momento de descartá-lo.
Esta reflexão abençoada levou-nos a meditar sobre aquele paralítico de Cafarnaum (Evangelho de São Marcos, cap. 2, versículos de 1 a 5), que precisou ser levado por quatro pessoas enfrentando os obstáculos pessoais, físicos, morais e espirituais daquela gente para chegar até Jesus e ser curado.
As quatro pessoas não mediram esforços em levar uma pessoa que pesava nas suas costas, alguém que não tinha nada pra dar, um incômodo social, para ser libertado e curado de suas dores e limitações. Houve compaixão e fé nestas pessoas.
O paralítico, por sua vez, deixou-se ser conduzido, teve confiança e acolheu a idéia daqueles que o colocaram diante do Salvador. Mas, conheço muitos paralíticos do coração, da mente e da fé que não se conscientizam de sua situação e não se deixam ser levados até Jesus.
Aprendi com esta lição que é preciso que haja, em ambas as partes, o Amor de Deus que consegue purificar todas as intenções, desbloquear os entraves e abrir novos caminhos na fraternidade humana. E, também, estar atento aos designios de Deus para nossa vida, pois muitas vezes passam despercebidos diante de tanta preocupação no nosso dia a dia.
Temos que ser solidários com quem está longe, mas não esqueçamos do indigente que pode estar ao nosso lado esperando a nossa atenção. Jesus, Misericórdia!
Quero deixar meu agradecimento a Deus que enviou seu Anjo para aliviar meu coração e abrir meus olhos!
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